É natal, é natal…

Houve tempos em que a música de natal da comercial tinha uma frase “embrulha com jornal”. Este Natal apetecia-me era dizer “embrulha o jornal…” de preferência o jornal do café, para não se gastar dinheiro…

 

É a correria com os presentes para as crianças, depois para os adultos, família e amigos (estou a pensar seriamente em instituir a regra “não é criança não ganha presente”).

Podem dizer-me “mas uns bombonzinhos…, um docinho…” Mas eu zelo pela saúde dos que me são queridos… afinal de contas, os chocolates e doces em geral fazem mal aos dentes (já poupam no dentista), engordam (não querem ficar como eu, pois não?), e podem fazer diabetes (ai a vossa saúde…) Quem é amiguinha, quem é? Sou eu, que vos ajudo a poupar no dentista, a ficarem elegantes e a não terem diabetes!

Na verdade, eu tenho é saudades dos natais em que não tinha que pensar em nada disto… O natal durava muito mais tempo, porque era os chocolates que se iam comendo,as broas… eram as prendas que iam aparecendo debaixo da arvore, os docinhos que alguém fazia…(era a mãe, não está esquecido…) A nossa única função era brincar (de preferência na rua), aparecer a horas para comer (de preferência com a roupa não muito suja e inteira…) e desembrulhar os presentes… Claro que isto também era no tempo em que agradecíamos os presentes que recebíamos, não ficávamos horas em frente à TV e os presentes eram para partilhar com o mano e os amigos da rua (curiosamente nunca gostei de partilhar os livros…e também nunca mos pediram…)

Invariavelmente, ouvíamos : não rasgues o papel, aproveita-se para o próximo ano! Claro que o resultado era o mesmo que se não dissessem nada, e se queriam aproveitar o papel para o ano seguinte teriam que fazer um puzzle… (será que alguma vez houve alguém a realmente aproveitar o papel no ano seguinte?) (é agora que vou ter um comentário de alguém da Quercus, a me dizer que deveríamos todos aproveitar o papel no ano seguinte e ensinar esses hábitos de poupança às nossas crianças)

Tenho saudades dos pasteis de batata-doce, dos pasteis de bacalhau feitos em casa, dos rissóis da tia Lurdes… E de poder comer isto tudo sem que alguém me esteja a olhar para as ancas e para a comida que vou comendo… Do café de cafeteira (da tia Lurdes, pois claro), do bolo de amêndoa, dos postais de natal em cartão (sim, sei que é um desperdício de papel, de recursos e sei lá mais do quê…), de ficar realmente entusiasmada só de olhar para os embrulhos por baixo da arvore… do salame de chocolate feito em casa, do pudim boca doce às camadas…

Aiiii… criança sofre!!!!

(algumas sofrem… e bastante. Não nos vamos esquecer delas, não só no natal, mas durante todo ano…)