A minha doença já vai à escola

Estava eu a tomar o meu café matinal (ok, era duas da tarde, mas cada um chama manhã ao que quer) sozinha, como de costume, e comecei a ouvir a conversa das senhoras da mesa de trás.

Era uma daquelas conversas típicas de mulheres, que quando se juntam têm essencialmente 4 temas de conversa:

Sexo- de longe o mais interessante, especialmente quando relatado por mulheres com mais de 40 anos, e um autêntico paraíso quando têm mais de 50 e estão com “amigas de outros tempos”;

Filhos- um dos mais secantes, a menos que as ditas criaturas tenham um sentido de humor extraordinário e consigam relatar as aventuras do Afonso Artur ou da Cátia Márisa como se estes fossem personagens dos Simpsons;

Marido- Igualmente secante, a menos que a nossa imaginação nos permita visualizar todo os episódios da dita criatura em peúgas brancas com raquete e boxers do pai natal, ou quando relatam a aventura do marido com os filhos, sozinhos em casa durante um fim-de-semana;

Doenças- este é que é daqueles assuntos que ainda estou para perceber porque dá tanta conversa…

“Ai a minha doença… não me deixa fazer nada… sou uma infeliz… só eu é que sei o que sofro…” Ora bem… A menos que sejam as únicas em todo o mundo a sofrer da dita doença, não são as únicas a saber o que sofrem, não as deixa fazer nada, marota da doença que amarras as mãos e os pés a estas desgraçadas, e são uma infelizes… pois, até podem ser, mas duvido muito que a culpa seja da dita doença.

“Ai a minha doença… é a pior coisa que se pode ter…” Pois… se tivesse educado a sua doença desde pequenina, como se fazia antigamente às criancinhas, ela agora não era das piores…podia ter lá as suas coisas, mas sabia comportar-se.

E depois, o que pode uma pessoa saudável dizer no meio de tanta doença? Absolutamente nada! O melhor que tem a fazer é ficar calada, porque senão as doenças vão saber que a pessoa está livre e desimpedida, seguem-na até casa, entram pelo buraco da fechadura e…zás! Atacam as pessoas saudáveis!

E perguntam vocês, caros leitores, o que digo eu numa situação destas…? Pois, eu digo que a minha doença já vai à escola, e até já aprendeu a ler… E já foi avisada, se passar de ano ganha uma bicicleta, se chumbar, fica de castigo durante o verão todo.

E perguntam vocês, qual é a minha doença?( Vocês hoje andam a fazer muitas perguntas…)

Ó meus amores, então ainda não perceberam pelos meus textos???